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A cantora Sandy, uma das escolhidas para representar a beleza feminina na série do mesmo nome (“As brasileiras”), será Gabriela, “A reacionária do Pantanal”. Gabriela é tudo o que a cantora parece ser, sem ser: uma menina careta e alienada politicamente.
Sandy já protagonizou um debate sobre sexo anal, por causa de uma entrevista à revista Playboy, é defensora da união entre pessoas do mesmo sexo e, na política surpreende, ao dizer, com outras palavras, que a presidente Dilma não é lá toda essa maravilha que hoje encanta até Fernando Henrique, nome citado pela cantora como responsável pelo pouco de bom que ainda acontece no governo.
Por tudo isso, Sandy, na vida real, exerce o papel de “A esclarecida de Campinas”, cidade em que nasceu e mora até hoje.
Alguns tópicos da entrevista:
Sobre a entrevista para a Playboy: “Se eu pudesse escolher, gostaria que nunca tivesse gerado aquela polêmica. Não fui eu que gerei. Foi uma resposta distorcida, tirada do contexto e colocada na capa da revista. Mas, de uma forma ou de outra, acabou contribuindo, sim, para as pessoas me enxergarem como mulher e perceberem que eu cresci um pouco. Pelo menos teve isso de positivo”.
Personagem da série: “Eu sou o oposto dela! Minha personagem foi divertida de interpretar. Ela é o oposto de mim. Ela é muito preconceituosa e não aceita de jeito nenhum o envolvimento da mãe dela com uma pessoa do mesmo sexo. Eu nunca fui assim. Tenho amigos gays e lido muito bem com a questão da homossexualidade. Por isso foi mais gostoso fazer o papel”.
Aborto: “Aborto, sob o ponto de vista jurídico, é crime. Eu defendo a descriminalização, principalmente quando a gravidez representar risco para a mulher ou para o bebê”.
Religião: “Sou batizada pela igreja católica, mas não sou praticante. Eu me casei na igreja católica e na luterana, que é a do meu marido. Não sou a favor de alguns preceitos da Igreja. Lembra das 95 teses de Martinho Lutero, desmascarando a igreja católica? Eu concordo com tudo aquilo. Sou contra o celibato, por exemplo, e acho muito retrógrado não usar camisinha”.
Preconceitos: “Eu sofri muito preconceito na época da dupla. A mídia tem preconceito, a crítica e uma parte do público. Por exemplo, uma parte das pessoas que gostavam de rock achava que não podia gostar de Sandy e Junior: ‘Isso aí é para criança’, ‘Isso aí é careta’. Não era bem assim. Se a pessoa parasse para prestar atenção, com ouvidos nus, mesmo que não curtisse, podia perceber que aquilo tinha qualidade”.
Cantora: “Como cantora, eu nunca sofri preconceito, tenho reconhecimento há muito tempo. Um divisor de águas foi a participação no especial da Elis Regina, em 1996. Eu tinha 13 anos e cantei ‘Águas de março’. A partir dali, as pessoas passaram a me olhar com outros olhos.”
Homossexualismo: “Vejo como uma coisa natural. Sou a favor do casamento gay. Acho que todo mundo tem os mesmos direitos e tem que ser feliz. O problema maior hoje é homofobia, crime hediondo, cruel. A gente, às vezes, fica focada nos grandes centros, e esquece que no interior do país, nos redutos atrasados, a homofobia está presente de forma muito mais selvagem, diante da ausência do Estado”.
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