A edição dessa semana da revista Época traz uma matéria com algumas acusações contra a deputada federal Antônia Lúcia e seu esposo e também deputado federal, Silas Câmara. Eles, apesar de serem líderes da igreja Assembléia de Deus, somam diversos processos jurídicos.
Segundo a matéria, Antônia responde a sete ações no Acre: compra de voto, falsidade ideológica, fraude processual, formação de quadrilha, peculato, uso de caixa dois e falso testemunho.
E não é só isso, Um pedido de prisão preventiva chegou a ser aprovado em 2010. Os desembargadores entenderam que ela tinha fornecido endereço falso para se livrar de intimações e atrasar processos. Entre eles está um em que é acusada de distribuir 1.200 litros de combustível numa carreata.
Ele por sua vez, foi investigado pela Polícia Federal (PF) a pedido da Justiça Eleitoral do Amazonas. Escutas desvendaram as peripécias do casal nas campanhas simultâneas. O caso mais grave foi em setembro, quando a PF prendeu Heber e Milena Câmara, filhos do casal que estavam com R$ 475 mil sem origem declarada. O Ministério Público diz que o dinheiro tinha sido enviado pelo marido, do Amazonas, para a campanha da mulher, no Acre. Seria gasto com a compra de votos e despesas de caixa dois.
Há dez anos, Silas é réu em um processo que corre em segredo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2009, também foi denunciado por falsidade ideológica e uso de um RG falso em procurações e alterações de contratos sociais de uma empresa da qual era sócio. Se for condenado, perde o mandato e pode pegar até cinco anos de prisão.
Os filhos mais velhos do casal dirigem a TV Boas Novas e uma rede de rádio no Amazonas e no Acre. É o maior conglomerado de comunicação evangélica do Norte, mas Silas e Antônia não constam como dirigentes.
Para se defender dessas acusações o casal enviou uma nota única dizendo que o dinheiro apreendido com os filhos não era deles. Sobre o processo no STF, Silas alega inocência. “As acusações têm origem em denúncias absolutamente improcedentes, maquinadas há mais de dez anos por adversário político com interesses paroquiais”, diz.
Amazonas, Acre e Brasília
O casal só pode ser eleito graças a uma brecha da lei eleitoral que só aprova a candidatura de marido e mulher se forem por estados separados. Por isso, apesar de morar no Amazonas com seu esposo, Antônia Lúcia se elegeu pelo estado do Acre.
Em Brasília eles também morarão juntos em um apartamento funcional alugado por Silas. Mesmo assim, ela não abriu mão do auxílio-moradia de R$ 2.500 por mês.
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